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Com a obrigatoriedade do pagamento de salário para os times profissionais, muitos dos clubes pernambucanos entraram numa crise que só se agravou ao longo dos anos. A partir de 1999, o campeonato passou a ser vendido para a televisão, na época TV Pernambuco. Atualmente, Sport, Náutico e Santa Cruz recebem, cada, R$950 mil, enquanto os outros nove times recebem apenas R$110 mil. “A base da audiência é do grande recife. A Rede globo, que hoje transmite, tem três mercados: a Globo Nordeste, para a Região Metropolitana, a TV Asa Branca para Caruaru e Agreste e a TV grande rio que é para Petrolina e o sertão. O principal mercado é o da Região Metropolitana, que concentra mais de 40% da população do Estado, e economicamente falando a fatia é bem superior a isso, quase que total ao PIB de Pernambuco”, explica Cássio Zirpoli, jornalista especialista em números nos esportes.

A disparidade financeira não se limita ao Pernambucano, juntando todas as cotas do Pernambucano, soma-se menos do que ganha o Madureira no Campeonato Carioca. Tal fenômeno também se repete em outros estados, como na Bahia e no Ceará. Em 2015, o Cruzeiro arrecadou um total de R$363,8 milhões, enquanto o Sport e o Bahia ficaram na casa dos R$80 milhões, com R$89,3 milhões e R$87,6 milhões respectivamente.

Voltando ao estado, o formato atual organiza a disputa de tal forma que os clubes classificados da primeira divisão disputam uma primeira fase sem três outros clubes que disputarão a copa do nordeste, geralmente Santa Cruz, Sport e Náutico. Desses times, os três melhores colocados avançam para o Hexagonal do Título, enquanto os outros vão para o Hexagonal do Rebaixamento. No Hexagonal do Título, os seis times disputam as quatro vagas para a semi-final. Essa resulta na quase impossibilidade dos três times da capital serem rebaixados e, talvez a pior consequência, eliminando a variedade de embates. Time “grande” só joga com time “grande” e time “pequeno” só joga com time “pequeno”.

Troféu Pernambucano 2016
Foto: Gazeta Press

Campeonato sem disputa

Santa Cruz, Flamengo de Recife, Torre, Peres e Íris. Foi com esse quinteto que aconteceu a primeira edição do Campeonato Pernambucano de Futebol. No ano seguinte, entraram na disputa o Sport e o Náutico. De lá pra cá o campeonato passou por uma série de mudanças, desde o seu formato até com seus competidores. Mas um fato que não tem sido mudado é: o Campeonato não é Pernambucano e sim Recifense.

Desde 1915, a primeira edição do campeonato, o primeiro lugar foi ocupado por um time da capital. E não só isso, 1944 foi a última vez desde que um time fora do Trio de Ferro, neste caso o América, foi campeão. E por quê?

Por: Marcela Coutinho

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