
Por Priscila Hollanda
As Olimpíadas, evento realizado entre os dias 3 e 21 de agosto de 2016, no Rio de Janeiro, acomodou cerca de 10.500 competidores de 205 países, que disputaram 42 modalidades diferentes de esportes em 17 dias.
Com proposta de gastos de 21 bilhões de reais anunciada em outubro de 2009, quando o Brasil foi anunciado como país sede, os custos seriam dívidos em: Legado, que seriam obras de infraestrutura e utilização pós evento; Instalações Olímpicas, que seriam de uso exclusivo do evento e depois seriam desmontados; e Operação dos Jogos, que eram questões como segurança e eventos.
Nos três meses antes do acontecimento das Olimpiadas, o valor tinha quase dobrado. Porém, o compromisso firmado através da criação de uma comissão de “legado”, de que o evento iria trazer um saldo positivo justificava para alguns os altos custos, para outros, ainda se tratava de um desperdício. Os investimentos seriam para os Corredores de BRT, Nova linha de Metrô, Revitalização da Zona portuária, sistema que promete acabar com as cheias, Linha de VLT, Dois Museus, Recuperação da Praça Maúa e da Avenida Rio Branco, entre outras promessas, mas a tão sonhada despoluição da Baía de Guanabara e das lagoas da Zona Oeste não entraram nesses planos.
Hoje, quase um ano depois do evento que prometia mudar a cidade do Rio de Janeiro, assim como aconteceu em Barcelona, a situação está muito mais parecida com o que aconteceu em Atena. Estações da linha 4 do metrô ainda estão inacabadas, metade das quilometragens das linhas de VLT está fora de funcionamento e as grandes áreas de lazer prometidas para a população encontram-se fechadas para manutenção ou com horário reduzido de funcionamento, como no caso do Parque Radical de Deodoro.
O Parque que tem mais de 500.000 m² está em estado de total abandono e só funcionou por um período de três meses após o termino dos jogos. A resposta da Secretaria Municipal da Casa Civil é de que ainda está sendo aberto um processo licitatório para definir a organização que cuidará do espaço e por isso encontra-se fechado.
O Comitê de Transição apresentou em janeiro o planejamento de uso de instalações como o Parque Olímpico. Contudo, nas propostas apresentadas pelo projeto de Legado apresentavam obras como transformar a Arena 3 em uma Escola Municipal, a Arena 2 em um centro de treinamento e a Arena 1 em um Centro de Treinamento Excelência Esportiva. Além disso, o Parque Aquático deveria ser desmontado até março e transferido para outras áreas da cidade, onde pudesse ser melhor utilizado, e a Arena do Futuro tem até o fim do semestre para ser desmontada e reaproveitada para construção de escolas - o que não aconteceu em nenhum dos casos. Mesmo estando aberto, o Parque Olímpico não agrada a muitos pois não apresenta nenhuma estrutura para diversão e lazer, e sim um monte de entulhos. Um dos motivos que justifica o total abandono dessas estruturas é a divisão descentralizada entre administração da Prefeitura do Rio de Janeiro e o Ministério do Esporte.
Apesar de vários adendos, não podemos negar que algumas obras foram significativas, como as de mobilidade urbana e as turísticas, como os museus. Mas, de forma geral, o legado das Olímpiadas ficou muito mal acabado e deixando a desejar. Porque nada além de desleixo justifica obras que começaram em 2012 estarem em estado de degradação tão alto. A festa foi linda durante o mês que durou.
(imagens da internet)


